quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Minha fome

" Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: se quer absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma união inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. "
Clarice Lispector

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Assim como a fome que não se sacia sem um banquete, é a saudade. A minha saudade. Aquela que vê em tudo, até nas mínimas coisas, a imagem do outro, os olhos do outro, o perfume do outro, e não pode sentir, tocar, ou simplesmente olhá-lo, ainda que de longe. Fome [ainda] sem data pra terminar. Estive pensando, e cheguei a uma conclusão...
A fome leva à miséria, a pior condição que um humano pode [ou não] sobreviver.

Não deixe quem você ama morrer... de saudade.

E aí, que tal alimentar alguém hoje?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

450 dias...

Português, Español, English...
Assim começou, em meio a uma confusão linguística comparada [por mim] a tão famosa 'Torre de Babel'...
No meio da curiosidade temporal, as trapalhadas até encontrar um equilíbrio para manter uma conversar digna num idioma, onde todos conseguiam entender, assim sem querer vi o diferente.
Eu vi você.
Eram tantas descobertas, tantas coisas por aprender, que acabei me esquecendo do que surgia dentro do meu coração. Ou melhor, preferi manter-me alheia a situação e fingir desconhecer o turbilhão de sentimentos e pensamentos que passavam pela minha cabeça.
_ Impossível! - eu pensava.
_ Vamos tentar, a ver que pasa... - você dizia.

Hoje estamos aqui apesar de tudo. Ya no tengo corazón, ni ojos para nadie...
Quanto tempo... quantas brigas, declarações, lágrimas e sorrisos. Afinal, isso é amor! E do que o amor é feito, se não de alegrias e tristezas?
Já dizia Carlos Drumond de Andrade: "Ah o amor… que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porque…"


Nesse tempo aprendi, aprendemos, e nos amamos. Fraquejamos sim, erramos também [eu mais do que você]. Mas quem condenará um coração apaixonado? Ninguém.
Os apaixonados são passíveis de perdão. Porque eles detêm o sentimento maior do mundo. sentimento este que os cega, enfurece e os enlouquece ao se verem distantes da pessoa amada.
Apaixonados assim somos você e eu. Que no nosso mundo paralelo, aquele em que sonhamos todas as noites, onde tudo é possível, o único que existe somos nós e o nosso amor.
É por acreditar nesse mundo, em nós dois e neste sentimento que eu sigo em frente no me doy por vencida, e acredito que um dia [não muito longe] estaremos eu e você vivendo o que sonhamos.
Lutar, é isso. Vida a luta diária. Amor a luta permanente.
No início a luta da conquista, com o tempo a batalha de manter a chama acesa, e depois lutar pra que seja eterno, cause you're my everything.
O amor não tem idioma, o amor não tem prazo de validade, o amor não é brinquedo, o amor sofre com a saudade, e explode de alegria ao ver teus olhos. Ah o amor...
Quem o entende? Ninguém, porque o amor não se explica, não se entende, não se qualifica. Aqueles que conseguem explicá-lo é porque não o sentem.
Mas o amor sente dor, e se desespera diante da distancia, e da ausência daquele que o faz pulsar.

15 vezes obrigada. Obrigada por toda a paciência, por toda compreensão e por acreditar. Obrigada por insistir, por ser forte por nós dois, por seres assim tan hecho a mi medida.



"Asi és el amor,así somos tu y yo, así seremos uno por siempre, así te quiero hasta el infinito pasando por las estrellitas y mas allá."

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

No caminho...

Foto: Luiz Marques

Caminho, que une, separa e desgraça;
Caminho, que evolue, retrocede e enlouquece;
Caminho, que cansa e revigora
em qualquer instante do passado ou agora;
Caminho, caminhada, estrada;
Caminha, anima, desanima, anda, ama...




"O caminho é grande e difícil, mas sabendo por onde andar fica mais fácil de chegar até lá."

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

E aquele dia...


Um dia...
As horas passam, os minutos passam, a vida passa, e nós ?
Nós... um mais um, dois em um. A outra metade, aquela da laranja que dizia a tal musiquinha...
Assim erámos nós, 2x1, unha e carne, inseparáveis. Você lembra disso, eu sei.
Mas veio o dia, o outro dia...

E o que acontece com a gente?
Já não temos o vigor de 5 ou 10 anos atrás? O sorriso estampado na cara ao ver o outro, onde está? E o palpitar frenético, ao ponto de quase infartar, ao sentir o simples toque carinhoso das suas mãos afagando meus cabelos, onde foi parar?
Parar, parou, parei, perdi, perdemos, não voltou e morreu.

Naquele dia, e que dia.
Tudo alinhado e organizado. Palavras, sentimentos, sorrisos, beijos, abraços e afagos... Todas as coisas milimetricamente acertadas e programadas, do jeito que sempre foi.
Um gesto a mais [ou menos] e acabou.
Mudanças não eram bem-vindas, esse foi o erro... o SEU erro.

As mudanças aconteceram, foi inevitável pra que um outro dia nascesse...
Um dia, aquele dia, o outro dia.

E nós? Eu sei bem onde estamos.
O "nós" está naquele lugar, parado, estático, imutável, como sempre foi [é sempre vai ser], igual como naquele dia.

O começo... quando bate a porta


Ele chegou...
É sempre assim, já dizia a minha mãe:
_ "Quando menos se espera ele aparece..."

Aí está ele.
Imponente, avassalador, amedontrador, daquele tipo de 'tirar o fôlego'.
Cá estou eu.
Insegura, vulnerável, ofegante, determinada e esperançosa.

Certeza, nenhuma.
Vontade, estar lá.
Esperança, todas.
Futuro, incerto.

Quem bate a minha porta?
É ele, o pefeitamente imperfeito AMOR.